Meu amigo diferente e especial
Laís tem 8 anos, e esse ano ela conheceu
uma amiguinha muito especial, a Maria Eduarda. Em todos os seus desenhos ela
não se esquece da amiguinha e sempre estão juntas.
"Gosto muito dela, tem dia que ela
não quer brincar...Insisto bastante e ela acaba brincando comigo."
Maria Eduarda nasceu
de uma gravidez muito desejada, bem acompanhada, e de parto normal. Nasceu
aparentemente muito saudável, e no primeiro ano de vida estava dentro
dos padrões normais de desenvolvimento
de uma criança.
Quando ela tinha por volta de (um ano e meio) começaram
a perceber mudanças em seu comportamento. A primeira delas foi: A perda da
fala. Antes disso ele já falava algumas palavras como: água, carro,
dá, não, lua, caiu, entre outras. A segunda mudança percebida
foi o fato de não atender pelo seu nome. E daí por
diante, perceberam muita coisa estranha com ela. Passou a estranhar as
pessoas que chegavam em sua casa, a ter crises de choro na madrugada, crises de
risos, e muitas vezes se assustava sem motivo aparente, ela ficava toda rígida
e imóvel enquanto gritava, parecia estar vendo um mostro.
Maria Eduarda parou de fazer tudo que
fazia antes: ela não brincava mais com outras crianças, nem aceitava
mais o carinho das pessoas, nem olhava mais nos olhos, nem atendia
mais a comandos simples como: vem cá, saia daí, desça, pegue, em fim. Após
muitas consultas com pediatra foi diagnosticada como autismo.
Com a idade
de se iniciar a educação infantil a família preferiu fazer um esforço e colocar em
uma escola particular, mesmo assim alegaram não ter condições de aceitar a criança, com muita insistência acabaram aceitando.
Em meio a procura Lucia esbarrou em
outras negativas, mas insistiu para que a garota fosse aceita em uma
instituição de ensino regular, a escola preferiu não contar para a professor
sobre o autismo da criança” A
Maria Eduarda era diferente dos demais do grupo, pois, apesar dos seus 8 anos
não falava muito bem, fugia da sala e não interagia com os demais colegas, mostrando uma
extrema agitação no qual me assustou muito”. Ao
longo do ano letivo procuraram da melhor forma buscar estratégias, apoio
e conquistando Maria Eduarda. A maior prioridade era que ele aprendesse a
brincar, a interagir com os colegas e também que compreendesse as regras
sociais e a rotina da sala e da escola.
Os demais alunos se tornaram pequenos
professores da Maria Eduarda, ensinando e estimulando a se envolver nas brincadeiras
e demais atividades e ela a cada dia apresenta progressos e se integra com as
atividades e a rotina da escola.
Enfim, a Maria Eduarda é uma aluna que desafiou,
mas que também trouxe a chance de perceber o quanto é possível oferecer a estes
alunos, que por tantas vezes são discriminados. A Duda não só ofereceu a
condição de acreditar na inclusão como também fez sentir educadores
inclusivos, pois, como educadores somos tão capazes que muitas vezes desconhecemos
nosso potencial inclusivo.